Skip to main content

Posts

Showing posts from September, 2010

Luz, más luz!

Es terrible Pero Cada día Son más claros Los intereses Más oscuros Esse poema de Efraín Huerta parece ter sido feito na medida para esse momento da política brasileira. Chama-se "Luz, más luz"

Entendendo Bob Dylan

Muitas canções de Bob Dylan, como muitas de Chico Buarque, usam com destreza e fidelidade uma forma de canção popular bem fixada e tradicional [neste caso, o blues] e integra nessa canção uma letra circular, que roda e roda batendo basicamente na mesma tecla, mas cada vez de um jeito diferente. Acho que é por isso que, para quem não entende ou não presta atenção à letra, os dois parecem meio anacrônicos. Everything Is Broken Bob Dylan Broken lines, broken strings Broken threads, broken springs Broken idols, broken heads People sleeping in broken beds Ain’t no use jiving Ain’t no use joking Everything is broken Broken bottles, broken plates Broken switches, broken gates Broken dishes, broken parts Streets are filled with broken hearts Broken words never meant to be spoken Everything is broken Seem like every time you stop and turn around Something else just hit the ground Broken cutters, broken saws Broken buckles, broken laws Broken

Fernando Pessoa e Lima Barreto - Ser outro, ser decadente

João Villaverde [http://joaovillaverde.blogspot.com/] postou no seu blogue o seguinte trecho de Cemitério dos Vivos/Diário do Hospício de Lima Barreto: “Arrependo-me de tudo, de não ter sido um outro, de não seguir os caminhos batidos e esperar que eu tivesse sucesso, onde todos fracassaram. Tenho orgulho de me ter esforçado muito para realizar o meu ideal; mas me aborrece não ter sabido concomitantemente arranjar dinheiro ou posições rendosas que me fizessem respeitar. Sonhei Spinoza, mas não tive força para realizar a vida dele; sonhei Dostoiésvski, mas me faltou a sua névoa.” Esse trecho me lembrou o Fernando Pessoa de "Livro do Desassossego" [http://fragmentosdodesassossego.blogspot.com/2005_12_01_archive.html]: Fragmento 1 – Autobiografia sem factos “Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens haviam perdido a crença em deus, pela mesma razão que os seus maiores a haviam tido - sem saber porquê. E então, porque o espírito humano tende naturalmente para

Volcker, Scott Brown e as eleições no Brasil

[imagens: De um lado a cara de quem comeu e não gostou do Volcker depois que o remédio forte que ele receitava virou um cházinho ralo. Do outro o sorriso pimpão do galã Scott Brown, o homem que faz os bancos gemerem sem sentir dor.] Paul Volcker foi presidente do Banco Central americano até 1987, quando assumiu o ultra-liberal Greenspan, que muita gente, inclusive o próprio achava um gênio até 2008. Do alto dos seus 82 anos, o velho Volcker voltou aos holofotes para servir de conselheiro do presidente Obama no assunto da reforma do sistema financeiro e defendeu eloquentemente a separação entre bancos que tratam de consumidores como eu, você e o padeiro da esquina e as financeiras que passeiam pelas bolsas do mundo com os milhões que nem eu [e presumo nem você] vai ver na sua vida. Essa divisão entre bancos comerciais e especuladores financeiros vigorou desde a Grande Depressão nos anos 30 até 1999. Faça agora uma pausa e imagine os conservadores da época espumando de

Piauí Herald

Piauí Herald é muito engraçado!

Música que fez minha cabeça

Eu era adolescente quando fui passar uma temporada na Inglaterra e conheci o ska/rock steady inglês, que me salvou do baixo astral deprê que sempre me atraiu para outras tipos de música. E, por outro lado, essas bandas não eram "alegrinhas" nem eram toscas como muito dos punks, que tocavam mal demais para o meu gosto. Durante muito tempo não queria outra coisa na minha vida que não tocar esse tipo de música 24 horas por dia. Passei 5 anos "estudando" arquitetura e não passei da metade do curso por "culpa" desses sujeitos que ninguém à minha volta conhecia. Gangsters Why must you record my phone calls? Are you planning a bootleg LP? Said you've been threatened by gangsters Now it's you, that's threatening me Can't fight corruption with con tricks They use the law to commit crime And I dread, dread to think what the future will bring When we're living in gangster time Don't call me scar face
CUARTA VEZ … y el cielo era una enorme mirada suspendida por el ruido sutil de los planetas. El avión delirante sacó al vuelo las cosas estupendas, y las cosas de la tierra y el mar vieron al cielo. La luz, rota en el ritmo de la hélice, humeaba de furor entre mis ojos y se oía pasar. Cual un cometa el avión en la órbita del día zumbaba en los oídos de la tierra. El fabuloso juego de los aires echó fuera del tiempo al avión que era un poco de catástrofe. Y era un nuevo sentido hecho de sol azul, un presentido desorden del recuerdo y del olvido. Una nube peinó de sombra suave la bahía, que alzaba en un peñasco un súbito pretexto del paisaje. Una alegría enorme, una alegría como la de las nubes y las olas me aumentaba en terrible sinfonía. Profundamente oblicuo, el aeroplano se retorcía y el paisaje entero era un acto glorioso de mis manos. Sin un solo re
TERCERA VEZ Desde el avión, la orquestra panorámica de Río de Janeiro se escucha en mi corazón. Desde la cumbre del Corcovado hasta las olas de Copacabana, la dicha es una simple distancia que ha pasado borrando fechas próximas con sus manos plateadas. Ataré mi existencia sideral a la divina roca del Pao de Assucar que ve nacer la aurora antes que el agua mar. El mar de Río de Janeiro es una antigua barcarola que está aprendiendo la ola leve de mi pensamiento. Guanabara su nombre. Guanabara, como una estrella que se alargara sobre le ritmo del momento. Ciudad naval, tus avenidas de orohidrográficos prodigios anclan mis ojos en un aire de eternidades sin abismos. Tu mar y tu montaña - un puñadito de Andes y mil litros de Atlántico - , pasan bajo las alas del avión, como síntesis del continente amado.

Suite - Parte 2

SEGUNDA VEZ Lo que me importa el mundo desde de la sombra eléctrica de un aeroplano. - Soy un poco de sol desnudo libre de los pies y de las manos. Estoy, solamente, estoy, nada más. El cielo en mi frente cambiándome el mar. El motor que perfora el aire espeso Algo tiene de bólido y de toro. Pasamos muy cerca del queso de la luna matinal, leche y oro. Bajo las alas tensas, plásticas, la naturaleza es un proyecto aceptable, las mujeres nunca han sido románticas y la patria es continentizable. El mundo es una pobre cosa llena de gustos yanquis y consideraciones. Mas desde el aeroplano se medita en la Gloria de unir banderas y cantar canciones. Se ve hasta el Polo Sur. (Naturalmente, con los anteojos de mis ojos.) En el idioma quedan lo rápido y lo azul dominando un mapa incoloro. Abajo están las viudas y los juris

Carlos Pellicer sobrevoa o Rio de Janeiro - em três partes

SUITE BRASILEIRA – Poemas aéreos A Francisco S. Espejel A Julián Nava Salinas PRIMERA VEZ Desde el avión, vi hacer piruetas a Río de Janeiro arriesgando el porvenir de sus puestas de sol. Se ponía de cabeza sin derramar su bahía. Y en la lotería de sus isletas ganaba y perdía. El cielo se llenaba de automóviles y de sombra a las 12 del día. El Pão de Açúcar era un espantapájaros soberbio, de lógica y fantasía. Las palmeras desnudas andaban de compras por la Rúa D'Ouvidor. De pronto la ciudad entró en espiral junto con el avión, lo mismo que 300 kilates de diamantes en el embudo de un buen corazón. Al bajar, tenía yo los ojos azules y agua de mar dentro del corazón.

Recordar é viver - O Fantasma de Filinto Müller

José Murilo de Carvalho nos informa que “a tortura de presos [durante o Estado Novo] foi investigada e descrita pelo jornalista David Nasser (1917-1980), inicialmente em seis reportagens publicadas na revista O Cruzeiro – a primeira delas em 29 de outubro de 1946 – e, depois, em livro de 1947. As publicações foram intituladas Falta alguém em Nuremberg. Esse alguém era o capitão do Exército Filinto Müller (1900-1973), chefe de Polícia da capital de 1933 e 1942. Os principais instrumentos de tortura mencionados em depoimentos no Congresso e registrados por David Nasser eram: o maçarico, que queimava e arrancava pedaços de carne; os ‘adelfis’, estiletes de madeira que eram enfiados por baixo das unhas; os ‘anjinhos’, espécie de alicate para apertar e esmagar testículos e pontas de seios; a ‘cadeira americana’, que não permitia que o preso dormisse; e a máscara de couro.” Em entrevista à Folha de São Paulo, Joel Silveira acrescenta, “A tortura no Brasil começou depois de 35, depois da repr

Meu Pitado - Parte 4

IV Então você me pergunta: Porque não votar, por exemplo, no farmacêutico do meu bairro, um sujeito que eu conheço há anos, que nunca me deu troco errado, que nunca roubou nas partidas de dominó na praça e que ainda por cima é simpático e generoso, sempre oferecendo um pirulito ao meu filho quando vamos à farmácia? Antes de responder eu digo o seguinte: pense primeiro nas questões que te interessam mais: pode ser a aposentadoria, o SUS, a pena de morte, política econômica, educação primária, educação em geral, as quotas, a união das polícias civil e militar, a CPMF, o dinheiro do pré-sal, a busca de justiça contra torturadores, a criminalidade, o aborto, as drogas, o casamento entre homossexuais, as verbas para a cultura, os direitos autorais, a censura na internet, a duplicação da rodovia federal que liga Caxangá a Nossa Senhora de Não-me-toques ou seja lá o que o que for que realmente seja importante para você. Bom, e se o nosso farmacêutico honesto achar uma ótima